Para a Filosofia a interpretação é compreensão. Por isso não existe compreensão sem interpretação.
Platão associa de certo modo, a interpretação à explicação. Mais tarde, inscreve-se na Cultura Ocidental a tradição hermenêutica como saber e método de interpretação das Sagradas Escrituras. Atualmente, a prática interpretativa mais exigente implica uma hermenêutica. Dito de outro modo, convoca um método que permite compreender uma obra, um texto, uma época histórica. Ou então uma lei, ou todo um universo jurídico, uma falta, ou mesmo um crime. Ou o Outro. E até a nós próprios.
Para Gadamer, a grande referência da hermenêutica contemporânea, a interpretação é uma compreensão do ser através da linguagem.
O Teatro e a Pintura (as artes visuais e plásticas) desafiam, hoje e sempre, a interpretação. A Psicanálise de Freud e a sua interpretação, dos sonhos, e do inconsciente, acrescenta valor à reflexão estética, em suma ao pensamento sobre as artes. A célebre e discutida frase de Nietzsche "não existem factos, apenas interpretações", hoje não é exatamente plausível. E Susan Sontag considera que interpretar é encontrar equivalências. Interpretamos sintomas, textos, factos porque precisamos de lhes atribuir um sentido, uma razão.
Como é que um encenador de teatro, Nuno Carinhas e um historiador de Arte, António Filipe Pimentel, encontram razão e sentido nas suas práticas interpretativas, é o que vamos procurar descobrir na próxima Conversa Desassombrada organizada pela TELLES com curadoria de Eduardo Paz Barroso, professor universitário, autor e programador cultural. A esta conversa juntar-se-á Rodrigo Rocha Andrade, advogado na TELLES, que irá falar sobre a importância e o impacto deste tema na sua profissão.
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