A Sócia da Telles dá a conhecer um dos seus livros de eleição, para a rúbrica “O Livro de…” da revista Advocatus. O livro “Cem anos de Solidão”, do escritor colombiano Gabriel García Márquez, Prémio Nobel da Literatura em 1982, é a escolha de
Mariana Ferreira Martins. Leia aqui a notícia.
É sempre muito difícil seleccionar o livro da nossa vida. Depois de muito pensar, acabei por escolher uma obra que já saiu da minha prateleira pelo menos três vezes e que me arrebatou em cada uma delas. Estou a falar de "Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marquez, que é, para mim, O LIVRO.
Há uns meses, voltei a comprar uma edição mais recente, pois a antiga tanto andou de "mão em mão" que já não sei onde pára.
"Cem Anos de Solidão" é considerada uma das obras mais importantes da literatura latino-americana, sendo ainda uma das grandes referências da literatura mundial do século XX. Como se não bastasse, é um dos livros mais lidos e traduzidos em todo o mundo. Desde a primeira vez em que foi editado, foram vendidos cerca de 50 milhões de exemplares, nos 35 idiomas em que foi traduzido.
A história é perfeita, as personagens são muitas e maravilhosas e a escrita de Gabriel Garcia Márquez cativa e emociona.
"Cem Anos de Solidão" é uma viagem que percorre várias gerações da família Buendia, marcada pelas características particulares dos seus membros, que acabam por se ir repetindo ao longo dos anos, com denominadores comuns como a solidão e uma estranha forma de amar. A obra tem momentos em que as personagens e os acontecimentos proliferam de tal modo que praticamente não nos deixam respirar. É criativa, original, emocionante e, acima de tudo, extremamente bem escrita.
Quando li "Cem Anos de Solidão" pela primeira vez, dei por mim a fazer uma cábula, uma espécie de árvore genealógica, para conseguir seguir as inumeras personagens das várias gerações. Foi um belo exercício! Sempre que voltei ao livro, fiquei agarrada a ele.
Uma espécie de audição boa! Por isso, é muito especial para mim como o é, de resto para milhões de pessoas em todo o mundo.
Após ter deparado com esta verdadeira obra-prima, fui forçada a ler tantos outros títulos do mesmo autor, alguns dos quais inesquecíveis, como "O Amor nos Tempos de Cólera" e "Crónica de uma Morte anunciada". Contudo, por mais que tenha gostado, continuo a achar "Cem Anos de Solidão" o melhor de sempre.
(Revista Advocatus, Dezembro de 2014)
(Foto: Ramon de Melo/Advocatus)